28.1.12

DAR BARRACA

A incorrecção desta expressão reside num factor muito simples da teoria económica: ninguém dá barracas!
Aliás, o que muitas vezes sucede é que estas habitações provisórias de contraplacado e chapas de zinco nascem como cogumelos sempre que se adivinha um plano de realojamento, para que os seus donos possam depois ganhar direito a um T1 novinho nos arrabaldes. Nestes casos, é a barraca que dá...uma casa.

Outra incongruência, é pretender dar a esta expressão um sinónimo de fazer asneira. Está bem que dar uma barraca não será o supra-sumo do bom gosto em matéria de prendas (a não ser que se ofereça a barraca a um cão), mas também não é preciso ofender. Se o ofertado não gostar, que deite fora, o que conta é a intenção e mandam os bons princípios que é melhor dar do que receber.

Aproveita-se também aqui a oportunidade para esclarecer que, em termos fiscais, dar barracas não está sujeito a imposto sucessório (até porque este já nem existe) nem a IMT, o que pode constituir uma boa forma de fugir à tributação na transmissão de património imobiliário, por exemplo, constituindo uma fundação e dando-lhe barracas.
Mais informações, contactar o Sousa Cintra.

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