18.9.11

CHEGAR LÁ PARA AS QUINHENTAS

Começaram por ser “lojas dos trezentos”, onde qualquer bugiganga, do pacote de palitos ao serviço de porcelana made in China custava trezentos paus. Depois, por via da conversão monetária, passaram a “lojas de euro e meio” ou, mais libertinamente, “lojas de preço certo”. Hoje, face à desregrada concorrência já são “lojas de euro e meio e outros preços” que, ao fim e ao cabo, pode ser qualquer coisa.

Esta conversa despropositada tem, contudo, o propósito de colocar as coisas em perspectiva – ou seja, tudo é relativo. Porque é que chegar para lá das quinhentas significa chegar tarde? Se compararmos com chegar às mil, não estaremos a chegar cedo?

E já agora: chegar lá prás quinhentas quê? Horas? Nesse caso chegaria às oito da noite do vigésimo primeiro dia após a expressão ser dita, o que também não é assim tão tarde. Faz sentido? Não. E é apenas mais uma prova em como, basta raciocinar com um pouquinho de inteligência para se perceber a completa disfuncionalidade de todas as bacoradas que por aí circulam. Certamente, bem mais de quinhentas.

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