26.6.11

CABEÇA DE ALHO CHOCHO

Não perdi ainda a esperança de, um dia, haver alguém que me explique o sentido depreciativo desta expressão.

Isto porque o chocho tanto pode ser um beijo (e não conheço alhos que se beijem), como pode ter o sentido figurativo de insípido, adoentado ou sem préstimo. Ora, coisa que o alho nunca será é insípido e quanto ao alho adoentado, todos temos os nossos dias.
Conceda-se então que o chocho seja oco, sem sumo ou sem préstimo, contudo, os alhos, e mais especificamente a sua cabeça (que, ao fim e ao cabo é quase todo o seu corpo) têm direito à sua dignidade e não podem continuar a ser enxovalhados desta maneira! Chocho ou viçoso, o alho tem direito a uma existência condigna com a sua condição, de cabeça erguida e, se necessário, mostrando os dentes a quem o ofende. Não esqueçamos nunca que o alho é aquilo que o bacalhau quer, conforme demonstrado pelo filósofo contemporâneo Saúl.

Banir esta expressão é mostrar o cartão vermelho à intolerância e à discriminação com base no sexo, na cor, na religião ou no estado da cabeça do alho.

1 comentário:

Valmur disse...

Bravo ! Verissimo !!!!