Esta expressão assenta numa pura impossibilidade morfológica, dado apenas os coelhos serem conhecidos por dormir com os olhos abertos. Estando ainda por surgir a figura super-heróica do homem-coelho, é então fácil de ver que o ser humano nunca poderá por em prática esta máxima.
Para mais, a sua utilização como sinónimo de semi-vigília também não é correcta, pois a situação mais semelhante a estar com um olho fechado e outro aberto é o caso dos pugilistas no fim de um combate, altura em que estarão tudo menos vigilantes.
Poderá dar-se o caso de se estar a piscar o olho ao sono, mas então isso não é dormir. Sendo impossível fazê-lo com qualquer olho dianteiro aberto, o caso agrava-se se estivermos a falar do olho traseiro, altura em que dormir com ele aberto proporcionará momentos de brisa inolvidável e perfumes da natureza. Pelo menos, daquela parte da natureza onde se instalam explorações de agro-pecuária.
Isto leva-nos a, pelo menos, considerar que, com as devidas alterações, esta expressão até poderia não ser completamente banida, se fosse adaptada para: dormir com dois olhos fechados e outro aberto. Obviamente, uma versão apenas acessível a pessoas com muito gás.
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