É desaconselhável utilizar esta expressão como sinónimo de delator ou queixinhas, porque na sua verdadeira essência, dar com a língua nos dentes não produz conversa, mas sim estalinhos.
Desde logo, excluindo o caso da linguagem gestual que permite falar sem abrir a boca, qualquer linguagem obriga a dar com a língua nos dentes para produzir sons. Em segundo lugar, se denunciar ou confessar um crime fosse dar com a língua nos dentes, e aplicando o princípio da proporcionalidade, então quanto maior a confissão, maior teria de ser a força da língua na dentadura. Por exemplo, imagine-se a dificuldade que Isaltino Morais teria em conservar a dentadura, caso fosse julgado em tribunais a sério. Igualmente como prova da falácia desta expressão, poderá ser apontado o caso de Bibi, que mesmo após todas aquelas confissões no julgamento da Casa Pia mantém a sua cremalheira em apreciáveis condições de manutenção.
Por último, devemos ainda lembrar que o dar com a língua nos dentes é uma atitude pouco educada, equiparada a pôr a língua de fora ou a fazer bolhas com a boca, própria de crianças de tenra idade ou de Nenucos vendidos no Natal. No entanto, dado que toda a regra tem a sua excepção, também o dar com a língua nos dentes pode ser um acto de prazer, conforme documenta a imagem anexa. Porém, não tomemos isto como norma.
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