23.12.11

COMO UM BOI A OLHAR PARA UM PALÁCIO

Carece de validade científica a hipótese de que os bois olhem para os palácios de forma diferente da dos seres humanos. Retirando, evidentemente, questões de estroboscopia.

Cada vez mais, hoje em dia, se comprova que o boi não fica especado a olhar para coisa nenhuma – basta ver qualquer tourada para constatar que, se um boi não se espanta com um homem aos pulinhos à sua frente, vestindo umas calças dois números abaixo do recomendável, geralmente de tons rosados ou avermelhados e que o chama de “toiro lindo” numa atitude deveras abichanada, também não será defronte de um simples palácio que irá ficar de boca aberta.

Além de não ter fundamento, esta expressão peca também por partir do princípio de que um palácio é para admirar. Nada mais errado, pois há palácios que não apresentam no seu interior ou exterior qualquer motivo de admiração – penso que ao apontar o caso do palácio de S.Bento, me será dispensável apresentar mais exemplos, sendo por isso sequer necessário referir os palácios constituídos por torres de marfim que alguns constroem para morar toda a vida. Até porque esses, quem fica a olhar para eles não são os bois, mas sim os camelos.

Sem comentários: