9.10.11

COM PILHAS DE GRAÇA

Surgida por invenção do sr Voltaire, esta expressão está totalmente desajustada no tempo. Na sua forma original, a pilha era algo de semelhante ao que hoje identificamos como uma bateria de automóvel, pelo que, ter pilhas de graça era sinónimo de ter grandes quantidades de piada concentradas num volume tipo tijolo.

Ora, devido à evolução dos processos de fabrico (para a Teoria da Produção, ver Adam Smith, que eu agora não tenho tempo) e dos coelhos da Duracell, as pilhas foram diminuindo de tamanho, tornando-se portáteis, alcalinas, etc, e hoje a pilha pode ser algo de tão pequeno como uma daquelas teclas de telemóvel onde apenas se consegue acertar com a unhaca do dedo mindinho. Conclusão, dizer que algo tem pilhas de graça pode, racionalmente, não ser nenhum elogio e significar que não se tem piada nenhuma.

Hoje, à expressão “pilhas de graça” não se reserva mais do que o triste papel de slogan publicitário para campanhas publicitárias de marcas de pilhas, o que é um destino inglório para qualquer expressão. Já para não falar que, mesmo em promoção, elas nunca são de graça.
Costuma dizer o povo "A graça da mulher pode mais que a força do homem". Mas o que sabe o geralmente macambúzio povo sobre graça, se o seu nível geral não vai além do Badaró ou dos Malucos do Riso?.
Porque defendemos dignidade na morte para evitar o sofrimento, aqui se subscreve a favor da abolição pura e simples desta triste expressão.

1 comentário:

Pedro Stapleton-Garcia disse...

Quando se tem fome: Estou aqui com um gatito(na barriga)
ou Côr de burro quando foge