Mas quem é que já viu um carapau a correr? Onde? Quem fabrica o material desportivo para essas corrida? A Robalook? A Sardidas?
Ok, por facilidade de raciocínio vamos imaginar que estamos a falar de corridas sub-aquáticas. Deduz-se que o carapau de corrida é um atleta, um herói dos tempos da mediatização. Então porque é que a Eurosport não transmite nenhuma corrida de carapaus? Em que pistas (ou será, postas?) se realizam? Quem dita as regras e homologa o campeonato' é tudo à balda?
Outra questão: se há carapaus de corrida, quer dizer que também os há em versão lenta? E assim sendo, teremos carapaus em velocidade de caracol, mais conhecidos por carapol?
Claro que admitir que existem corridas sub-aquáticas de carapaus dá todo um novo entendimento às disciplinas do atletismo de fundo e meio-fundo: as primeiras, abaixo dos 5000 metros e as segundas a meio caminho entre a profundidade do défice orçamental (muito, muito fundo) e a profundidade de pensamento de uma top model (muito, muito a boiar).
8.5.11
AREIA DEMAIS PARA A TUA CAMIONETA
Usa-se vulgarmente para designar a incapacidade de compreensão, o que, a meu ver, está mal, porque o problema pode até nem estar na areia mas sim na camioneta, possivelmente devido a uma falta de investimento que potencie a capacidade carga ou à falta de manutenção que degrade a suspensão de maneira a tornar impossível o transporte daquela carga.
Ou pode ser uma questão de peso. A areia molhada torna-se mais pesada e portanto, excede a tonelagem admitida pelo código da estrada.
Mais uma vez se coloca a questão – o que faz nascer uma expressão destas e não outras, tão válidas e equivalentes como: isto é estrume demais para a minha carroça, isto é lixo demais para o meu contentor, isto é vinho demais para a minha pipa ou isto é dera demais para os meus ouvidos?
Derradeira prova de coerência de uma expressão – a comutatividade. Se funcionar em sentido inverso, isto é, se dissermos o que é suposto a expressão significar, sem utilizar a frase-feita e mesmo assim nos compreenderem, é credível.
Alguém acredita que o camionista, estando no areeiro a carregar o camião e vendo o atrelado a deitar por fora, vá dizer “A minha compreensão já não alcança esta matéria”?
Duvido.
Ou pode ser uma questão de peso. A areia molhada torna-se mais pesada e portanto, excede a tonelagem admitida pelo código da estrada.
Mais uma vez se coloca a questão – o que faz nascer uma expressão destas e não outras, tão válidas e equivalentes como: isto é estrume demais para a minha carroça, isto é lixo demais para o meu contentor, isto é vinho demais para a minha pipa ou isto é dera demais para os meus ouvidos?
Derradeira prova de coerência de uma expressão – a comutatividade. Se funcionar em sentido inverso, isto é, se dissermos o que é suposto a expressão significar, sem utilizar a frase-feita e mesmo assim nos compreenderem, é credível.
Alguém acredita que o camionista, estando no areeiro a carregar o camião e vendo o atrelado a deitar por fora, vá dizer “A minha compreensão já não alcança esta matéria”?
Duvido.
1.5.11
AQUI HÁ GATO
Qualquer pessoa minimamente dotada de dois ou mais neurónios agrupados aos pares, já se terá interrogado sobre o porquê desta máxima, perante uma desconfiança.
Sigamos este raciocínio: a curiosidade matou o gato, se há curiosidade é porque não se sabe algo, se não se sabe está instalado o mistério, se há mistério então desconfia-se, se se desconfia, aqui há gato! Corolário: o gato morreu, e aqui há gato. Em que ficamos?
Conceda-se que o gato seja um animal mais misterioso do que os outros. Mas também o Tyranossauros-Rex o era, e lá por isso não consta de nenhuma destas parvoíces que o povo costuma passar de geração em geração. Será por já estar extinto?
Veja-se então o caso de animais misteriosos ainda existentes, como a lesma ou a mosca varejeira. Será que tão simpáticas criaturas serão indignas de servir para um chavão, ao contrário do gato? Responda quem souber, mas eu acho que dizer que “aqui há varejeira” quando se desconfia de algo, seria bem mais elucidativo.
Sigamos este raciocínio: a curiosidade matou o gato, se há curiosidade é porque não se sabe algo, se não se sabe está instalado o mistério, se há mistério então desconfia-se, se se desconfia, aqui há gato! Corolário: o gato morreu, e aqui há gato. Em que ficamos?
Conceda-se que o gato seja um animal mais misterioso do que os outros. Mas também o Tyranossauros-Rex o era, e lá por isso não consta de nenhuma destas parvoíces que o povo costuma passar de geração em geração. Será por já estar extinto?
Veja-se então o caso de animais misteriosos ainda existentes, como a lesma ou a mosca varejeira. Será que tão simpáticas criaturas serão indignas de servir para um chavão, ao contrário do gato? Responda quem souber, mas eu acho que dizer que “aqui há varejeira” quando se desconfia de algo, seria bem mais elucidativo.
AQUI É QUE A PORCA TORCE O RABO
Para pôr esta questão em pratos limpos, há que responder a duas questões fundamentais: porque torce a porca o rabo e porque tem de ser aqui?
Em relação à primeira questão, não seria de supor que a suína criatura tivesse o dito já torcido à nascença? Pois se é de todos sabido que aquela imitação de saca-rolhas apensa à parte posterior de uma porca faz parte do seu corpo ainda antes de ser porca, ou seja, na fase de leitão!
Há ainda o pormenor, não dispiciendo, de estarmos a falar da cauda, não do rabo – um rabo torcido, além de inestético, acarreta com certeza problemas de obstipação da tripa.
Em relação à segunda questão, o facto de ter de ser aqui e não noutro sítio, introduz um elemento valorativo no acto de torcer o rabo. Fica a ideia que, neste ponto, o que importa não são os rabos, mas o sítio onde eles são torcidos. Enfim, opiniões...
Em relação à primeira questão, não seria de supor que a suína criatura tivesse o dito já torcido à nascença? Pois se é de todos sabido que aquela imitação de saca-rolhas apensa à parte posterior de uma porca faz parte do seu corpo ainda antes de ser porca, ou seja, na fase de leitão!
Há ainda o pormenor, não dispiciendo, de estarmos a falar da cauda, não do rabo – um rabo torcido, além de inestético, acarreta com certeza problemas de obstipação da tripa.
Em relação à segunda questão, o facto de ter de ser aqui e não noutro sítio, introduz um elemento valorativo no acto de torcer o rabo. Fica a ideia que, neste ponto, o que importa não são os rabos, mas o sítio onde eles são torcidos. Enfim, opiniões...
ANDAS A ARRANJAR LENHA PARA TE QUEIMAR
Esta expressão é de bradar aos céus perante tantas inconsistências.
Primeiro, a lenha não se arranja, recolhe-se. E para a recolher vai-se à mata, sendo que não se pode lá queimar nada porque as queimadas são proibidas (excepto, no verão, se a mata ficar em sítio urbanizável com vista para o mar).
Segundo, há inúmeras formas de um tipo se queimar, não sendo a imolação com lenha a primeira a ocorrer. Excepto no tempo da Inquisição mas, mesmo aí, não era o imolado a juntar lenha, já que a generosa instituição tratava de toda a logística necessária.
Terceiro, perante o facto que determinado sujeito anda a arranjar lenha, extrapolar que ele se queira queimar parece-me abusivo – mesmo um pirómano gosta de ver outros a arder, não ele. Um suicida resolve as coisas rapidamente, não se mata com escaldões. Um masoquista porventura preferirá queimaduras e assadelas em sítios específicos, coisa que não é possível com uma fogueira.
Para que serve então esta máxima? Não faço ideia, mas sem dúvida é boa para queimar.
Primeiro, a lenha não se arranja, recolhe-se. E para a recolher vai-se à mata, sendo que não se pode lá queimar nada porque as queimadas são proibidas (excepto, no verão, se a mata ficar em sítio urbanizável com vista para o mar).
Segundo, há inúmeras formas de um tipo se queimar, não sendo a imolação com lenha a primeira a ocorrer. Excepto no tempo da Inquisição mas, mesmo aí, não era o imolado a juntar lenha, já que a generosa instituição tratava de toda a logística necessária.
Terceiro, perante o facto que determinado sujeito anda a arranjar lenha, extrapolar que ele se queira queimar parece-me abusivo – mesmo um pirómano gosta de ver outros a arder, não ele. Um suicida resolve as coisas rapidamente, não se mata com escaldões. Um masoquista porventura preferirá queimaduras e assadelas em sítios específicos, coisa que não é possível com uma fogueira.
Para que serve então esta máxima? Não faço ideia, mas sem dúvida é boa para queimar.
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